O setor educacional sofre diretamente o impacto das mudanças socioculturais e econômicas da sociedade. Qualquer inovação na capacidade de processamentos de um chip, oriunda de um laboratório no Vale do Silício, no estado da Califórnia (Estados Unidos) reflete no parque tecnológico das Instituições de Ensino Superior. Os recorrentes up grade em softwares gráficos obrigam uma renovação desses programas pela área acadêmica dos cursos de comunicação e design, quase anualmente. A resolução do problema da Conjectura de Poincaré, pelo russo Grigori Perelman em 2006, mudou o currículo da geometria, que desde 1904 debruçava-se sobre essa questão.
Um aumento de 1% no PIB incide diretamente na captação de alunos, assim como os resultados financeiros oscilam com outros indicadores como taxa de desemprego, aumento da inadimplência e dos cheques sem fundo entre inúmeros outros.
De forma sistêmica os impactos das inovações chegam a área administrativa das instituições. De forma pontual aos seus cursos.
Cada área do conhecimento evolui e assim caminha humanidade. E a cada novo degrau que ascendemos, é necessários reestruturar modelos, rever conceitos e quebrar paradigmas. Parafraseando Neil Armstrong, são é pequenos passos para um homem, mas saltos gigantes para a humanidade.
O aumento da expectativa de vida seja em função de revoluções sanitárias, nutricionais ou da política internacional que inibe conflitos em larga escala, provocaram um fato positivo e surpreendente: 80% de todos os grandes físicos, médicos, publicitários e pesquisadores do século passado ainda estão vivos e produtivos. Os grandes cientistas estão on line, comunicando-se em tempo real, publicando artigos em Renomadas Revistas e Blogs e contribuindo para um ambiente extremamente criativo, que faz com que as novidades surjam com muita rapidez.
Os últimos nos tem sido turbulentos no setor educacional, portanto. As mudanças dos últimos cinco anos jamais foram vistas em toda a história do setor. Sejam mudanças na gestão, sejam mudanças na gestão acadêmica.
Se por um lado a influência do macro ambiente incide sobre o negócio educacional, por outro, o próprio setor vem se acomodando e buscando um novo ponto de equilíbrio.
A expansão da demanda, a educação continuada e permanente, o ensino à distância e as mudanças pedagógicas são apenas alguns exemplos de variáveis que compõem a complexidade da educação mundial. Estudá-las de forma prospectiva, antecipando cenários, é um exercício não somente desafiador, mas também essencial para os que pretendem estar na vanguarda do setor.
De acordo com as pesquisas da UNESCO, a escola atual não está preparada para atender as demandas da educação nesta sociedade do conhecimento. A Escola atual seria um modelo da sociedade industrial e o futuro do ensino mundial, segundo a UNESCO, está ligado a três palavras-chave: relevância, qualidade e internacionalização.
O aumento populacional urbano e a maior integração entre as pessoas, proporcionada pela tecnologia aplicada à comunicação, vêm desencadeando uma verdadeira revolução em nossas vidas. O alucinante ritmo das mudanças que atropelam nosso dia-a-dia nos faz refletir sobre o modo de lidarmos com o que está por vir. A Lei de Moore afirmou na década de 70 que conhecimento iria dobrar a cada 18 meses. Esse prazo vem sendo revisto todos os anos. Hoje se fala que a cada 9 meses o homem dobra seu conhecimento e domínio sobre o mundo. Sob essa perspectiva a cada dois anos entre 60% e 80% do conhecimento ensinado em sala de aula estarão obsoletos.
A velocidade das mudanças aumenta o risco das decisões e nos obrigam a encontrar novas metodologias que nos auxiliem a antecipar, ou pelo menos visualizar o que o futuro nos reserva. É evidente que a imprevisibilidade do futuro não nos permite enxergá-lo com clareza. Mas não podemos ficar parados, sendo atropelados pelos acontecimentos. Como disse Berstein, em seu livro “Desafio aos Deuses” – “eu sei que não vou acertar o futuro; aliás, eu sei que eu vou errar sobre o futuro. Mas eu não quero ser eliminado pelo futuro”. Nessa linha precognitiva, ainda, em 1997 Peter Drucker previu que os Grandes Campi Universitários seriam “relíquias” em 30 anos. Em um ambiente onde a maior universidade privada norte americana, que responde por 90% das vendas do Apollo Group, a University of Phoenix, opera On Line, realmente Peter Drucker estava perto da certeza a 13 anos atrás.
Há pouco consenso entre os “futurólogos” e suas previsões. Um dos únicos, de fato é o de que a educação será o setor que mais crescerá no mundo, nas próximas duas décadas. A elaboração de um estudo prospectivo sobre a educação parte do pressuposto de que, qualquer que seja o cenário desenhado ou as mudanças ambientais, dificilmente haverá algum tipo de reversão ou retrocesso no quadro vigente de elevação constante da escolaridade dos cidadãos.
Segundo a UNESCO esse movimento já está em curso. O investimento em Educação Superior no mundo, como reflexo da nova sociedade, dobrou de tamanho nas duas últimas décadas, acentuando a distância entre o Brasil e nações como a Índia, Rússia e China (que vem obtendo melhores resultados na redução do déficit educacional de sua população).
Mesmo com o rápido crescimento do Ensino Superior em países em desenvolvimento, as disparidades globais persistem e continuam amplas. Segundo o EFA Global Monitoring Report 2009 da UNESCO,
“a Taxa de Escolarização Bruta no Ensino Superior oscila de 70% na América do Norte e Europa Ocidental para 32% na América Latina, 22% nos países Árabes e 5% na África Sub Saariana. O Brasil encontra-se mais próximo dos países Africanos que de seus pares Latinos. Essas disparidades cobrem apenas o lado quantitativo da equação. Os déficits qualitativos também são importantes. Em dólares, a França gastou em 2004 16x mais por estudante universitário que a Indonésia e o Peru. Em 2005 as universidades de elite dos Estados Unidos, como Harvard, Princeton e Yale investiram US$ 100.000,00 ou mais por estudante”.
Mesmo apresentando um forte crescimento em matrículas, o ensino superior mundial ainda apresenta uma demanda potencial bastante significativa.
Um dos casos mais expressivos é a China, onde menos de 10% dos egressos do ensino secundário conseguem uma vaga no ensino superior. Por anos, quase 10 milhões de chineses egressos do ensino secundário ficam sem acesso ao ensino superior, em uma dízima onde uma enorme parcela da população acumulou esse déficit em sua formação.
São vários os elementos que justificam tamanha expansão do setor. O principal é o crescimento do número de concluintes do ensino secundário. O percentual da população mundial com mais de 24 anos que concluiu o ensino médio ou secundário, passou de 15% há quatro décadas para 28% em 2006.
Os outros elementos dizem respeito à necessidade de aumento da escolarização para garantir a empregabilidade e o forte crescimento da conscientização quanto à necessidade de educação permanente para fazer frente à velocidade das mudanças do conhecimento.
O forte apelo do status que possui o portador de diploma de curso superior tem estimulado o crescimento do número de jovens que aspiram prosseguir com seus estudos.
1. A Participação do Setor Privado
A participação da iniciativa privada no ensino superior vem crescendo em praticamente todas as nações do planeta. Em várias delas, como no caso do Brasil, o ensino privado já responde pela maior parte das matrículas.
A “indústria do conhecimento” vem sendo reconhecida como um dos principais setores da economia, movimentando em torno de 10% do PIB na grande maioria das nações. Nos EUA, o setor privado de ensino superior vem crescendo significativamente e já conta com várias instituições de ensino listadas na Bolsa de Valores.
O mundo passou de pouco mais de 40 milhões de alunos no Ensino Superior no início dos anos 80, para 100 milhões de alunos em 2003 e 144 milhões em 2006. Nos países em desenvolvimento o número de matrículas no Ensino Superior passou de 47 milhões (1999) para 85 milhões (2006).
Um bom conjunto de tendências e perspectivas é, portanto, um sistema de referência útil para a tomada de decisões estratégicas, uma vez que a sua explicitação reduz conflitos de percepção e orienta a tomada de posições dos grupos humanos envolvidos com o desdobrar dos fenômenos. Mas acima de tudo é preciso ter em mente que é absolutamente inútil pretender que as prospecções “adivinhem” o que vai acontecer com exatidão no futuro. Segundo o pesquisador Arie de Geus, a única pergunta relevante é “o que faremos se tal tendência acontecer?”.
Dr. Gary D. Hammer e Coimbatore Krishnarao Prahalad, reconhecidos pesquisadores do management mundial, apresentaram em seu livro The Future of Competition, uma visão estratégica diferenciada daquela praticada pela maior parte das empresas. A visão de estratégia de Hamel & Prahalad reconhece que não é mais suficiente colocar as organizações em uma posição ótima dentro dos mercados existentes. O desafio, segundo eles, é penetrar na nuvem de incerteza e desenvolver uma grande capacidade de previsão dos mercados de amanhã.
“De acordo com isso, para uma empresa chegar primeiro ao futuro são necessários quatro elementos:
– A compreensão de que a competição pelo futuro é uma competição diferente.
– Um processo para a descoberta e a percepção das oportunidades futuras.
– Habilidade de energizar a empresa de cima para baixo.
– Capacidade de superar os concorrentes e chegar primeiro ao futuro sem correr grandes riscos”.
Segmentamos esse futuro em quatro grandes áreas.
Área Acadêmica; Financeira; Mercadológica; Gestão e as IES como área estratégica da nação
Ainda, a projeção de parte das tendências para o Ensino Superior é absorvida das tendências de sociais de forma abrangente. O que nos leva a uma primeira e importante suposição sobre o Panorama do Ensino Superior no Séc. XXI: a de que o ensino estará cada vez mais enfronhado no tecido social.
2. Área Acadêmica
a) A educação continuada e permanente
A educação e o ensino não são apenas imperativos do desenvolvimento econômico, mas são também elementos aspiração e de desejo das pessoas, que os veem como portadores de uma capacidade (simbólica) de condizerem-nas rumo a um futuro mais promissor.
Por um lado o conhecimento verticaliza-se, por outro cresce para baixo.
Entre as grandes tendências do Panorama do Ensino Superior no Séc. XXI projetamos dentro da lógica vertical, o fortalecimento da oferta de Cursos Livres (especificamente em educação continuada, substituindo os Cursos Lato Sensu) e dos Cursos de Pós Graduação Strictu Sensu, em função da desregulamentação da oferta de Cursos Lato Sensu.
Dentro da lógica no crescimento para níveis mais baixos de ensino, o Ensino Médio Técnico Profissionalizante, deverá se fortalecer, antecipando o eixo pedagógico da educação para o mercado de trabalho. A Educação nas Empresas, ainda, deverá se ampliar, seja por meio de programas de capacitação e treinamento, seja através de outros mais organizados e formais em modelos de Universidades Corporativas.
A lateralização da educação deverá, ainda, ser uma tendência relevante. Os especialistas afirmam de, de uma forma ou de outra, os profissionais hoje atuam em três carreiras distintas de seu ingresso no mercado de trabalho até a sua aposentadoria. A busca por uma segunda formação superior deverá intensificar-se tanto em recém formados, quanto em Working Adults e na população da Melhor Idade.
b) As mudanças pedagógicas
O crescimento da indústria da tecnologia e informação está criando uma sociedade global dependente do conhecimento. Como consequência, as telecomunicações já iniciaram o processo de remoção das barreiras geográficas e linguísticas e a informação, breve, será uma commodity primária na totalidade das indústrias atuais. Nessa massa critica o motor dessa revolução de capital intelectual certamente sairá das salas de aula, sejam concretas ou virtuais, as Universidades do Futuro.
As rupturas tecnológicas irão acontecer, portanto, cada vez mais rapidamente. O ciclo tecnológico ideia/invenção-inovação/imitação, que já foi de 30 anos há cerca de quatro décadas, está hoje em cinco anos e será, em 2020, de no máximo dois anos. Isso trará implicações enormes. Por exemplo: 50% do que um calouro aprende hoje ao ingressar na faculdade de ciências da computação, medicina ou engenharia civil estará obsoleto assim que se formar. Nesse mesmo período, um estudante vai ter que lidar com duas gerações de novos tipos de computador. Basta lembrar que em meados de 2009, celebrávamos o crescimento de 88% de netbooks cresce na América Latina. Uma matéria publicada no portal Convergência Digital em 13/07/2009, citando uma pesquisa realizada pela consultoria DisplaySearch na ápoca, revelava que os netbooks iriam representar 20% das vendas mundiais do setor em 2009. Apenas dois verões mais tarde tudo mudou e os Tablets tornaram-se a vedete do segmento. Matéria publicada no Jornal Valor Econômico em 18/01/211 apontava que as vendas mundiais de computadores portáteis no formato tablet totalizaram 4,8 milhões de unidades no terceiro trimestre de 2010. Citando pesquisa, dessa vez das Bolas de Cristal da IDC, estimava em 17 milhões de tablets vendidos em todo o ano de 2010, 44,6 milhões em 2011, e de 70,8 milhões em 2012.
A inovação é sistêmica, portando, e não cíclica. E seu prazo de validade diminui a cada dia. Essas mudanças que nos fazem rever a validade da pesquisa são a regra e não a exceção em um mundo que gira mais rápido a cada ano.
Em um ambiente que demanda eficiência e eficácia, no lugar de Diplomas, apenas, as profissões, com poucas exceções, tenderão a ser desregulamentadas, passando a valer mais o conjunto de conhecimentos e habilidades do que o certificado.
c) Outras tendências para a academia:
– Com pais e mães atuando intensamente no mercado de trabalho, a demanda para serviços orientados para a família e para o cuidado com a criança crescerá de maneira muito acentuada;
3. Área Financeira
O mercado do ensino superior privado brasileiro está convergindo para uma distribuição bimodal. As grandes empresas do setor tornam-se cada vez maiores, as pequenas cada vez menores e as de tamanho médio serão espremidas entre umas e outras. Na verdade esse é um fenômeno global e ocorre (ou ocorreu no passado) em outras indústrias. Hoje esse movimento está bem visível, além das universidades, em hospitais, instituições do varejo, do setor financeiro e, possivelmente estará em breve, em todos os demais.
Hoje já percebemos o desenho de uma tendência de proliferação das pequenas empresas educacionais (segmentadas ou de nichos), e de fusões que tornam as grandes cada vez maiores. No purgatório restam para as instituições médias e sem uma marca forte cinco opções de orientação:
a) O crescimento e a busca por um espaço no rol dos grandes atores e do mercado de escala, possivelmente por meio de fusões entre si;
b) O foco e a especialização e a busca por um espaço e reposicionamento entre as menores e segmentadas;
c) A falência;
d) A sobrevida esperando uma eventual mudança no macro ambiente que permita a renegociação de suas dividas e aumento da capacidade de investimento;
e) Serem incorporadas em processos de aquisição pelos incorporadores do setor;
4. Área Mercadológica
Segundo Heráclito já professava na Grécia antiga “a única coisa permanente é a mudança”. E essa verdade milenar ganha novas cores em nossa sociedade do conhecimento.
As redes sociais horizontalizadas substituirão o modelo vertical no futuro. No lugar dos grandes repositórios de contatos, do modelo Facebook / Orkut / Qzone (onde convivem colegas de trabalho, amigos, familiares, esportes, hobbies etc.) teremos diversas redes sociais sobre temas específicos, muitos imensos networks globais de profissionais congêneres. Essa já é a realidade em algumas carreiras, inclusive e, breve, esse movimento deverá se acentuar.
Com o crescimento populacional nos países menos desenvolvidos e a inversão das pirâmides demográficas nos países de primeiro mundo, haverá enorme aumento do fluxo migratório de um lado para o outro. Cada vez mais, portanto, em função do aparato “info-tecnológico” e dos custos mais interessantes, companhias das maiores economias vão terceirizar e quarterizar prestadores de serviço, fornecedores e consultores em economias subdesenvolvidas, o que reforçará a criação de novas culturas sociais híbridas. Essa formação de grande parte da população por pessoas advindas de outros países vai gerar a criação de um número significativo de empresas com origens étnicas diferentes.
A queda da barreira linguística será oriunda, muito provavelmente, de alguma grande revolução tecnológica (e breve) em aparelhos de tradução simultânea e síncrona. Contudo esse cenário de transnacionalização demandará formação de competências de liderança global e multicultural. Na sexta posição entre os países mais ricos, e aspirando um futuro ainda mais promissor o Brasil se torna objeto e agente dessa revolução. Receberemos essa demanda e demandaremos para outras nações e precisamos preparar a força de trabalho para essa nova realidade.
Essa realidade vai diametralmente à oposição do contexto do Ensino Superior brasileiro, de completo fechamento para o mundo. A internacionalização da academia não advinda dos inócuos Acordos Internacionais, mas de um intercambio concreto, é uma das tendências primordiais desse Panorama do Ensino Superior no Séc. XXI.
A Globalização gera ainda um paradoxo local: em uma frente temos o aumento do mercado de massa pela ampliação do universo de clientes de Cursos Superiores. Em outra frente vemos a fragmentação desse mercado, em função da necessidade de customização desses serviços educacionais. Ainda, em função do excesso da capacidade produtiva (formaram-se nas Universidades Brasileiras, entre 2001 e 2008, 4.9 milhões de cidadãos ou 3% da população do país) haverá produtos educacionais em abundância e escassez de consumidores.
Outras tendências para o mercado:
a) Aumento do nível crítico dos clientes e da sensibilidade para a relação custo/benefício.
b) O mercado diversifica-se e passa a orientar-se para as oportunidades globais.
c) Atendimento via Ensino a Distância a alunos de cidades que atualmente não dispõem de vagas aprovadas no Ensino Superior forma;
d) Enriquecimento da população e aumento da migração entre as classes econômicas mais baixas para as mais altas e, consequentemente, aumento da população em condições financeiras de ingressar nas salas de aula do Ensino Superior.
5. Área de Gestão
Existe uma mudança tangível e palpável na gestão das Instituições de Ensino Superior no Brasil. Um tsunami de profissionalização na gestão da atividade meio, da administração dessas escolas.
Essa onda é percebida e mensurada por indicadores. Conseguimos reduzir o valor das mensalidades. Segundo estudo da Hoper Educacional.
Fonte: Hoper Educacional
O número de professores nas IES brasileiras passou, ainda, de 174 mil em 1997 para 359 mil em 2009. Nas IES privadas eram 84 mil em 97 e 227 mil em 2009.
O número de alunos nas IES Particulares, Comunitárias e Confessionais passou de 1.186 milhão para 3.764 milhões. A relação de alunos por professore partiu de 13.9 para 16.5 (um aumento de 18%). O aumento de 2.5 alunos por professor ainda é baixo em relação às salas de aula de países desenvolvidos, mas já sinaliza a busca por otimização em sala de aula. E essa relação deverá saltar nos próximos anos. Não pela demissão do corpo docente, mas pela ampliação do discente.
Outras tendências para gestão:
a) Elevação dos custos da comunicação de massa, com diminuição significativa da sua eficiência.
b) Acesso facilitado a financiamentos de todos os tipos, com diferentes prazos e taxas de juros. Explosão de Crédito pelo Fundo de Apoio ao Estudante de Ensino Superior (Fies).
c) Redução dos custos por aluno.
d) Integração do Ensino Superior com as administrações publica e aprovação de Cursos Atendendo a Demandas Regionais;
e) Conversão de Evasão em “Transferências entre cursos da própria instituição”, por meio de políticas eficazes de retenção e combate ao “churn” no setor.
f) Ampliação das Linhas de Financiamento Publica para as IES.
6. A IES como pilar da estratégica de governo brasileiro
A queda de braço entre Governo e Setor deverá ser ganha pelo mercado.
Espera-se uma significativa diminuição da interferência dos Governos na economia e no setor produtivo.
O Governo já sinaliza nessa direção e a morte da dogmática Reforma Universitária e o recente projeto 10.000.000 de universitários e o proposto Pacto Pelo Ensino Superior compactuam com essa perspectiva.
O investimento em Ensino Superior trará um incremento no consumo interno sem precedentes na história do país.
Os salários de quem possui graduação são substancialmente mais elevados. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, em média o salário para quem possui Ensino Superior completo (R$3.779,78) é 200% mais elevado do salário de quem possui apenas o Ensino Médio Completo. Entrar no Ensino Superior representa um crescimento de 49% no salário. Completá-lo mais que dobra o vencimento de quem possui o ensino superior incompleto.
Em uma analise cartesiana, alcançar 10.000.000 de universitários significa captar 4.884.104 novos alunos para o ensino superior.
Um acréscimo de 3,021 bilhões de reais por mês (36 bilhões ao ano) no consumo interno e na economia brasileira, enquanto esses estudantes não se formarem e de 12,287 bilhões ao mês depois de formados (147 bilhões ao ano).
O Ensino Superior é fundamental para garantir ao país o protagonismo no Sec. XXI, e para tanto é necessário o cumprimento de algumas obrigações com o país.
O crescimento na distribuição das matriculas do Ensino Superior Brasileiro, até hoje, deu-se de forma irregular.
Outras tendências para a IES como pilar da estratégica de governo brasileiro:
a) Redução de Vagas em Concursos Públicos para Candidatos sem o Ensino Superior.