No Brasil, de acordo com o Censo Demográfico 2010, existem cerca de 200 milhões de habitantes com mais de 130 mil nomes diferentes. Uma imensa cauda de substantivos que começa nos 20 mais populares (e que representam 26% do total de alcunhas) liderados pelos 5.7 milhões de Josés e 11.6 milhões de Marias e se alongam até uma extremidade de Cleubersons e Cleudersons (com respectivamente 50 e 37 indivíduos nascidos em todos os tempos recenseados pelo IBGE).
Nesse amplo contexto é possível gerar algumas segmentações ainda mais profundas se atuarmos com cortes demográficos.
No ano 2000 haviam no Brasil 30 milhões de pessoas com menos de 14 anos de idade (não chegamos ao número exato de nascidos nos anos 90 mas estimaremos para esse artigo 25 milhões de pessoas).
Pensando que o mais velho dessa década estaria em 2018 com 28 anos de idade e o mais novo com 23, podemos estimar que boa parte dos alunos das IES brasileiras nasceram nesse corte de tempo. Foi uma década liderada por Lucas e Marias. Falando com os 20 nomes mais populares desses 10 anos (umas 9 milhões de pessoas) falaríamos com 36% do total de nascidos (uma concentração ainda mais acentuada que a média total do Brasil).
Olhando ainda mais para o futuro (os nascidos nos anos 2000 e as pessoas que hoje tem de 9 até 22 anos) estimamos em torno de 20 milhões os nascidos naquela década.
Esses seriam nossos ingressantes das IES e nossos futuros alunos.
Joãos e Marias sendo os mais populares e a concentração nessa década ficou ainda mais acentuada. Falar com os 20 nomes mais populares seria falar com 54% dos jovens que vieram ao mundo no período. Os dois nomes mais famosos, inclusive, somam 9% do total (dizem que no futuro serão todos Enzos).
Nesse ínterim nasceram nos anos 2000 um total de 17.988 Robertos e 171.163 Beatrizes (vide tabela abaixo).
Ainda que Beatriz seja o 7º nome mais popular desse demográfico, se a Anhanguera tivesse se dirigido em sua campanha para Anas no lugar de Bias teria falado com um número quase 5 vezes maior de pessoas. E ao dirigir sua campanha para o Beto falou com um traço irrisório desse contingente.
Parece mesquinho apontar esse detalhe na campanha de outrem, mas nós sempre utilizamos essas estatísticas para nortear nossas decisões ao ilustrar peças. Precisamos buscar fundamentação e ciência para decisões que até pouco pareciam irrelevantes, mas que em um tempo de ultra segmentação e concorrência se tornam componentes do resultado.
ANOS 2000
MULHERES
Maria/1.105.524
Ana/931.115
Vitoria/282.734
Julia/264.647
Leticia/208.527
Amanda/175.868
Beatriz/170.464
Larissa/168.755
Gabriela/168.390
Mariana/142.606
Bruna/137.660
Camila/128.347
Isabela/126.158
Luana/116.460
Sara/115.760
Eduarda/110.144
Bianca/108.866
Rafaela/104.428
Geovana/104.253
Fernanda/104.005
HOMENS
Joao/787.738
Gabriel/577.365
Lucas/499.972
Pedro/439.612
Mateus/327.290
Jose/313.584
Gustavo/302.475
Guilherme/276.608
Carlos/264.446
Vitor/242.220
Felipe/225.444
Marcos/199.438
Rafael/193.617
Luiz/193.038
Daniel/192.619
Eduardo/190.054
Matheus/188.689
Luis/183.425
Bruno/174.055
Paulo/161.498